O Ministério do Planejamento informou nesta quarta-feira (18)
que a proposta de reajuste dos professores universitários oferecida pelo
governo federal na última sexta-feira (13) proporciona a todos os
docentes ganhos salariais acima da inflação até 2015. Os professores
dizem que a inflação vai corroer o salário até 2015.
Em nota divulgada à imprensa, o Planejamento disse que mantém a
política de valorização de carreira, iniciada em 2003, no governo do
então presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Desde este período, os
professores vêm recebendo aumentos reais de salário, recompondo as
perdas de vencimentos acumuladas em décadas passadas”.
O órgão apresentou a remuneração dos servidores em dezembro de 2002 e
como ficaria caso aceitassem a proposta do governo. No caso dos
docentes com dedicação exclusiva e doutorado, o salário inicial era R$
2.436. Com o reajuste proposto passaria para R$ 8.439 em 2015. Ao
atingir o topo da carreira, a renda seria de R$ 17.057. Aumento real
(descontado a inflação) de 56,82% no salário final, segundo o
Planejamento.
No entanto, ainda segundo a tabela publicada, os professores com
mestrado e em regime de 40 horas semanais terão aumento real de apenas
0,55% no salário final, em 2015. A remuneração chegaria a R$ 5,502. Em
2002, a renda era de R$ 2,574.
Os representantes da categoria reclamam que a proposta do governo
beneficia apenas os docentes em topo de carreira. Segundo a presidenta
da Associação Nacional dos Docentes do Ensino Superior (Andes),
Marinalva Oliveira, a oferta governamental não atende às reivindicações
da categoria.
“A proposta do jeito que está não contempla nossas reivindicações,
que é a reestruturação da carreira, considerando uma carreira atrativa
para todos os níveis. Do jeito que está não contempla desde o professor
graduado até o professor com doutorado”.
Os cálculos do Planejamento descontam a inflação do período,
considerando índices estimados de 4,7% em 2012 e 4,5% em 2013, 2014 e
2015. O impacto fiscal da oferta do governo aos professores de
universidades federais será de R$ 3,9 bilhões nos próximos três anos.
A próxima reunião entre representantes dos professores e do governo
federal está agendada para dia 23 de julho. Até lá, a greve, que dura
dois meses, continua.
Segundo dados do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de
Ensino Superior (Andes) e do Sindicato Nacional dos Servidores Federais
da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sinasefe), a paralisação
atinge 57 das 59 universidades federais, além de 34 dos 38 institutos
federais de educação tecnológica.
(Agência Brasil)
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