“Com 178
municípios em situação de emergência por causa da seca desde o ano passado, o
governador Cid Gomes (PSB) anuncia hoje, no dia de São José, um pacote de ações
em abastecimento de água, que envolve R$ 39,5 milhões, destinados a atender
11.297 famílias, por meio de 88 novas obras. O pacote a ser lançado é uma etapa
do Projeto de Desenvolvimento Rural Sustentável (PDRS)/ Projeto São José III,
que compreende recursos de US$ 300 milhões.
Os recursos
são provenientes de financiamento do Governo do Estado ao Banco Mundial (Bird),
sendo US$ 100 milhões de contrapartida do Governo do Estado. Cid Gomes fará o
lançamento às 9 horas, na quadra do Liceu de Acopiara, município que fica a
345,1 quilômetros da Capital.
De acordo
com o titular da Secretaria do Desenvolvimento Agrário, Nelson Martins (PT),
Cid Gomes anunciará hoje a maior liberação de projetos de abastecimento de água
da história do projeto São José. “Os projetos vão trazer água de açude, poço,
adutora ou reservatório mais distante. Aquela água passa por tratamento e vai
para uma caixa d’água suspensa. Dali, é feito encanamento para a casa das
pessoas”. São famílias que não têm água em casa, ele diz.
“Muito já
foi feito”
Martins
explica que o Ceará continua com chuvas abaixo da média e a tendência é a
situação se agravar. “Temos aí quatro anos de poucas chuvas, de estiagem. Em
2010 tivemos chuvas abaixo da média. Em 2011 foi inverno muito bom para a
produção, mas não foi para armazenamento de água. Em 2012 foi a pior seca desde
1958 e agora estamos tendo seca também. Está chovendo a metade da média, até
agora”.
Contudo,
Martins nega que o Estado esteja chegando tarde com as ações de combate à seca.
“De jeito nenhum. O Estado do Ceará já tem 70% da sua zona rural com água na
casa das pessoas. Esse programa São José III não é de hoje. É um programa
permanente”.
Segundo ele,
o Ceará é o estado que melhor se preparou para a seca. Martins aponta que são
mais de 5.600 açudes com espelho d’água maior do que cinco hectares, são 2.500
quilômetros de rios perenizados. Ele compara a situação atual do sertanejo com
a de décadas atrás, quando as pessoas, sofrendo com a seca, pediam esmola para
sobreviver. “Hoje nosso problema maior é o rebanho, com dificuldade de
alimentação. Falta muito o que fazer, mas muito já foi feito”, defende.”
(O POVO)
Nenhum comentário:
Postar um comentário