Os servidores do Departamento Estadual
de Trânsito do Ceará (Detran-CE) decidiram ontem encerrar a greve e
aceitaram as propostas do Governo de retomar as negociações do
Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) em fevereiro de 2014.
No início da tarde, líderes do Sindicato dos Trabalhadores na Área
de Trânsito do Estado do Ceará (Sindetran-CE) se reuniram com o
deputado Zezinho Albuquerque (Pros), presidente da Assembleia
Legislativa. Após mediação, além da proposta de negociar o PCCS
em fevereiro de 2014, foi dada a garantia de que nenhum servidor
sofrerá retaliações por ter participado dos 27 dias de
paralisação.
A greve teve início em 17 de outubro
para exigir melhores salários e estruturação da carreira dos
servidores do órgão. São 550 estatutários e 450 terceirizados.
Segundo a assessoria do Detran, 99 servidores deixaram de assinar o
ponto de trabalho. Ainda de acordo com o Detran, a paralisação
afetou apenas a sede da Maraponga. Os serviços afetados são os de
vistoria, transferência de veículos, exame de prática de direção,
fiscalização de trânsito e operação contra estacionamento
proibido.
Para os grevistas, a necessidade é de
melhores condições de trabalho. Não há concurso para servidores
há 34 anos, segundo Eliene Uchôa, presidente do Sindetran-CE. A
negociação sobre o PCCS é uma promessa que vem de 2008. “Este é
o quinto movimento grevista pelo mesmo motivo. O Governo promete que
vai negociar, dá alguma gratificação, mas nada acontece”. As
greves acontecem, segundo ela, porque há falta de diálogo com a
categoria.
Na terça-feira, a paralisação dos
servidores foi considerada ilegal pela 7ª Câmara Cível do Tribunal
de Justiça do Ceará (TJCE). No dia 30 de outubro, houve uma
primeira decisão de ilegalidade. A Justiça determinava a suspensão
do movimento, sob pena de multa diária no valor de R$ 50 mil, a ser
paga pelo sindicato, e de R$ 300 por servidor.
Serviços
A supervisora de vendas Elisângela
Garcia, 28, diz que entende os motivos da greve, mas não deixa de
lamentar por ter sido prejudicada ao precisar dos serviços na manhã
de ontem. Ela perdeu o dia de trabalho para fazer os exames físico e
psicotécnico. O primeiro foi possível, mas o segundo foi agendado
para o dia seguinte após muita espera. “As filas estavam enormes,
e ainda vou ter que voltar e perder mais trabalho”. Conforme o
Detran, são 7.660 exames acumulados em decorrência da greve.
(O povo)
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