As manifestações de junho — que
completaram quatro meses na semana que passou — forçaram os
pré-candidatos ao Planalto a mudar a estratégia política e o
discurso para se mostrar antenados com a realidade das ruas. No caso
da presidente Dilma Rousseff, de acordo com interlocutores que atuam
diretamente no QG da pré-campanha, as passeatas que reuniram 1,5
milhão fizeram com que a presidente mudasse o foco do eleitorado e,
a partir daí, fosse delineado o que tende a ser o discurso de
campanha pela reeleição. “Quem resolveu o problema do emprego e
da renda vai solucionar os gargalos nos serviços públicos”, disse
um aliado da presidente.
Na visão desse aliado, o governo do
PT, ao longo dos últimos 10 anos, reduziu o desemprego no Brasil —
a taxa atual é de 5,4% — e proporcionou reajustes salariais acima
da inflação. “Há uma década, o emprego e a renda eram as
grandes cobranças da população. Isso foi superado. Os desafios
agora são outros”, ponderou.
Integrante da direção nacional do
PSDB e presidente do diretório estadual de São Paulo, o deputado
Duarte Nogueira avalia que o grande equívoco desse discurso é que
os dois debates não são e nunca deveriam ter sido excludentes. “Não
há razões para afirmar que primeiro resolvemos uma coisa e agora
vamos resolver outra.” Nogueira lembra que as recentes
manifestações e a própria queda na popularidade da presidente
mostram que nada foi resolvido. “Os serviços públicos estão
ruins e os trabalhadores voltaram a ter medo da inflação, que é o
grande imposto que corrói os ganhos dos mais pobres”, completou
Nogueira.
Fonte:
Correio Braziliense
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