Ceará Acontece: A BESTA FERA DE 32 - SOBRE OS CAMPOS DE CONCENTRAÇÃO NO CEARÁ - UM CORDEL ESCRITO A PARTIR DO RELATO DE VÁRIOS SOBREVIVENTES DA CONCENTRAÇÃO DO PATU EM SENADOR POMPEU - CEARÁ - O HORROR - A CRUELDADE... QUANDO BRASILEIROS MATARAM BRASILEIROS... O HOLOCAUSTO BRASILEIRO

domingo, 9 de agosto de 2015

A BESTA FERA DE 32 - SOBRE OS CAMPOS DE CONCENTRAÇÃO NO CEARÁ - UM CORDEL ESCRITO A PARTIR DO RELATO DE VÁRIOS SOBREVIVENTES DA CONCENTRAÇÃO DO PATU EM SENADOR POMPEU - CEARÁ - O HORROR - A CRUELDADE... QUANDO BRASILEIROS MATARAM BRASILEIROS... O HOLOCAUSTO BRASILEIRO

A morte ferrovia Paragrafo 

Dela Mapa da Rede de Viação Cearense Ao Longo 6 campos de Concentração 
Estação do Otávio Bonfim Nenhum alto - outrora Matadouro (destino dos flagelados do sertão em Fortaleza) 
Abaixo: Estação do Campo de Concentração do Patu chegada de víveres - partida de flagelados 
Acervo: variado e de Valdecy Alves
UM CORDEL ESCRITO SOBRE O CAMPO DE Concentração DO PATU - NA SECA DE 32 - EM Senador Pompeu - APOS O Poeta DE DEZENAS Ouvir Sobreviventes - UM RELATO FIEL AO IMAGINÁRIO POPULAR - uma Tradição oral - NÃO À HISTÓRIA COMO CIÊNCIA: No ano 2000, de o Apos ano Ouvir Vários relatos de Sobreviventes do Campo de Concentração Fazer Patu, curral da morte erguido Cabelo Governo do Estado do Ceará e Cabelo Governo Federal, na Seca de 32, em Senador Pompeu, repetindo Experiência da Seca Fazer Quinze ( imortalizada POR Raquel de Queiroz ) e da Seca de 1877 a 1879 ( narrada com maestria POR Rodolfo Teófilo NÃO Seu Livro "A Fome" ) resolvi escrever cordel hum fiel Às Narrativas, forma, estilo épico e fantástico com que Ouvi Uma narrativa dos Sobreviventes. MUITAS vezes estava Ao lado de Jornalistas ( Jornal O Povo, O Estado de São Paulo, Diário do Nordeste ... ) Emissoras de TV ( Jangadeiro, Globo, Band, Verdes Mares, Record, documentaristas ... ) nos Depoimentos Dados Durante Como antigaz e Primeiras Caminhadas das Seca. Narrar Podendo entre OS muitos Sobreviventes com quem de de convivi, Ouvi e acompanhei SUAS Fantásticas Narrativas: Seu Mauro da Lindóia, Seu Zacarias Fazer Pavãozinho, o Casal Dona Maria e Seu Guilherme, do Alto do Bode, Que se conheceram no Campo de Concentração, Dona Luíza, Dona Carmélia, Seu Aristides Felix e Outros Tantos ... 

A FOTO ACIMA E reveladora E Capaz De SI MESMA COMPROVAR O TERROR Vivido PELOS flagelados - retirantes - Concentrados - MOLAMBUDOS ... COMO ERAM CHAMADOS PELA MÍDIA DA ÉPOCA:  Tem-se o mapa Ferroviário da Linha Sul ( Fortaleza-Crato ), que cruzava Todo o Estado do Ceará, que pertenceu à Antiga RVC (Rede de Viação Cearense). Dos 07 Campos de Concentração da Seca de 32, 06 DELES foram construidos Ao Longo Dela, O Que É Fácil de entendre, pois cruzava o Sertão Central, Região Mais pobre e afetada Pela Seca de 32. A Linha Ferroviária se estendia de Fortaleza Ao Crato , na Fronteira com Pernambuco. Eis OS 06 campos de Concentração erguidos Ao Longo da Linha Férrea, que foi transformada em Linha da morte na seca de 32, usando O Trem, nazistas MESMO transporte USADO Pelos:

1) Campo de Concentração de Buriti - Crato
2) Campo de Concentração de Carius - Carius
3) Campo de Concentração Fazer Patu - Senador Pompeu
4) Campo de Concentração de Quixeramobim - Quixeramobim
5) Campo de Concentração Fazer Otávio Bonfim- Fortaleza
6) Campo de Concentração do Urubu - Fortaleza

O Sétimo Campo de Concentração funcionou Na cidade de Ipu, na Linha Norte do Ceará ( Fortaleza-Oiticica ), Miseráveis ​​OS Para Qué de Fazer Inhamuns, Região Muito afetada Pela seca, Nao cruzassem Paragrafo Fortaleza. ASSIM, OS 07 campos de Concentração funcionaram Como Uma muralha, Uma especie de muro da vergonha, de parágrafo Evitar que molambudos OS, OS cassacos invadissem Fortaleza Como fizeram na Seca de 1915 e Sobretudo na Seca de 1877. Em Fortaleza descarregados Eram nd Estação do Matadouro, DEPOIS conhecida Como Otávio Bonfim, porta de entrada PARA O Campo do Alagadiço, Primeiro Campo de Concentração do Estado do Ceará. Fica Hoje Perto da Bezerra de Menezes, Ao lado do 3º Distrito Policial. Vejam BEM, AO LADO DE UM Matadouro. UM DE ANIMAIS abatedouro. CLARO QUE PERTO DA carnica E DE urubus. DEPOIS, parte de dos flagelados, ERAM deslocados PARA O Campo do Urubu, no Pirambu, de onde de Navios, exportados ERAM Pará Amazônia OU Sudeste do Brasil. Como mao de obra barata. A Muralha da Vergonha QUE OS CAMPOS DE eram Concentração DO CEARÁ FUNCIONARAM MUITO BEM NA SECA DE 32 , tanto que o OS Campos de Concentração de Fortaleza foram O Que recebeu Menos CONCENTRADOS. 1932 A SECA EM QUE O CEARÁ COM AJUDA do Governo FEDERAL, EM PLENA República, APERFEIÇOOU ESSA FERRAMENTA Chamada CAMPO DE Concentração, QUE FOI setes Criada DESDE A SECA DOS TRES, AINDA NA ERA IMPERIAL, QUANDO PARA OS MENTIRAM nordestinos COM A Concentração do Açude do Cedro EM Quixadá, que sangra raramente.  Apos hum Seca de 32 Já podiam vender Uma Experiência de parágrafo Alemães OS, se quisessem. Tanto Estadual Governo, Como federal, há Mais de Meio Século desenvolvia o Holocausto Cearense, Que de 1932 Trás Pará, sem Dúvida, poderia contabilizar Quase Meio Milhão de Vítimas. Experiência com DNA de Monarquista e Republicanos.
Reportagem do Jornal O Povo de 25/05/1932
Foto: Acervo Valdecy Alves
O CORDEL Nasceu DOS RELATOS POPULARES E DA SANTIFICAÇÃO PELO POVO dos Mortos DO CAMPO DE Concentração DO PATU- EM Senador Pompeu - AS SANTAS ALMAS DA BARRAGEM - SANTO COLETIVO QUE OBRAVA E OBRA MILAGRES PARA O POVO POBRE: Que " Deus ESTÁ morto "para ricos e filosofos, Disso ninguem TEM Dúvida, Como anunciou Nietzsche. Mas n Pobres OS, sistema Operacional Sobretudo que recebem Uma esmola fazer Bolsa Família, DEUS NÃO APENAS ESTÁ vivo, Como PRECISAM DE MAIS Deuses POIs Uma necessidade DEMANDA POR messianismo e milagres, ONDE o Poder Público, pingos Assassino Pela Ação, melhorou, Transformando -se em assassino Pela omissão, embora um dos Corrupção que governam SEJA UM MESMA. 

Cresci EM Senador Pompeu , Ouvindo relatos OS, desde tenra infância Uma Mais, de Milagres das Almas da Barragem do Patu. Familiares Acompanhei Pagando Promessas nenhuma Cemitério da Barragem. Enterradas eram Onde Como inúmeras Vítimas Que sucumbiram à peste no Campo de Concentração Fazer Patu, em Senador Pompeu, em 32. O Nome Patu VEM do Rio e da Serra que existem no local, que Mais Adiante deságua no Rio Banabuiú, que deságua centenas UMA de quilómetros no Rio Jaguaribe. Confesso Que O Que Mais me fascinava ERAM Como Histórias de assombração que ocorriam NÃO local, denominadas de visagens. QUE Fascinante! Todos temiam se Aproximar Daquele santo local, em Meio à mata. Temido, VENERADO, RESPEITADO. Era ESSA Minha Visão, que compreenderia Só O Que ocorreu ali, ano Mais tarde. ABAIXO DA SEGUNDA EDIÇÃO EXEMPLAR do Cordel " A BESTA FERA DE 32 "Narra QUE SOBRE O CAMPO DE Concentração DO Patu, NA SECA DE 32, EM Senador Pompeu, Ceará, com TODOS OS versos. QUEM UTILIZAR OS VERSOS, favor fazer CITAR A FONTE:


Cordel de Valdey Alves
Capa: Pintor Erasmo Carlos

Meu Irmão Desse planeta
Preste Atenção vou Contar
Usano Uma Caneta Minha
O Que se deu nenhuma Ceará
Num palco terrive dor
Lá no Sertão Central
Cidade de Senador
Na seca Fazer mal Grande

Peco Inspiração à lua 

Ondas Vigor Fazer das Mar

A Força da terra nua
Das serras cortano o ar
Mistero das Entidade
O Poder do deus Antigo
A solidez da lealdade
A malícia do Inimigo


A benção do Padim Ciço
A firmeza de Lampião
A eficaça NÃO Feitiço
A Força de Frei Damião
Pra Bem Contar ESSA saga
Muito triste e de gran Risco
Quero uma Fúria de Corisco
A voz de Luiz Gonzaga

De mãe-d'água, gira, gira ...
A ciença de caipora
Quero o horror de curupira
Da seipente Toda Glora
A Força do lobisome
Mula da Cabeça o fogo
Toda a casa Malica Fazer em
Pra enfeitar meu verso em Jogo

Proteção, Beato Lourenço
Abençoai-me beata Anália
Iluminai O Que penso
Livrai-me da feia mortalia
Santos de Pedra Bonita
Penada almas de Canudo
Penitente que grita em dor
Promesseiro em fé ... mudo

Ocorreu em trinta e Dois
Na beira do rio Patu
Com o povo que adepois
Virou janta de urubu
Lhe digo, amigo meu
Nos versos Desse poema
Houve em Senador Pompeu
Faça problema grande locais

Vencero entao, Ingleses OS
A tal da licitação
Pro Longo de muitos meses
Encher dágua o sertão
Fazeno A Parede grande
No mei do rio Patu
Vê se acabavam Uma sede
Do Vale Banabuiú

Chegaro ENTÃO engenheiro
Explodiu Uma dinamite ...
Multidão, muito Dinheiro ...
Sem Regras e sem limite
Ciença, tecnologia
Homens Eram milhares de SO
Trabalho de Noite e Dia
Pra ver O Fim dos pesares

Da lombada NÃO Espinhaço
Surgiu comprida vila
Favela, mundo-bagaço
Ao Pé da Serra tranquila
Mais Nenhum alto O Casarão
E Mais Outro, outro Mais
Outra Morada da Nação:
O inglês, o capataz ....

A vila Toda de taipa
Casas Mais de quinhentas
Formano esquisito mapa
Rude, Estranho, deferente ...
Enquanto casarões OS
Da Mais fina Arquitetura
Mansões Pareciam SER
Rino Fazer pobre em agrura ...

ASSIM Formado o tal palco
Para grande Construção
O Pó das Pedras em talco
Sucedia hum Explosão cada
Fazia-se Prisão pra Água
Os Braço de Tantos Casa
Vê se findavam Uma mágoa
Sonhano Matar a Fome

Começou em Dezenove
Findano Só em Vinte e Três
Questão que inte me comove
Contar o Feito do Inglês
Sumiu deixano pra Trás
Toda Uma Enorme Estrutura
Levou Dinheiro Demais
Da fome e misera Uma cura

Entao-se tava acabado
O palco de trinta e Dois
Ano de terrive seca
Dali nove Anos Depois!
A Água pra espantar seca
Pros migrou Olhos do povo
Que voltou a enfrentar
A velha seca de novo

Mal findava trinta e hum
O sertanejo com fé
De Nao ter Problema Algum
Sobrar hum Inté comida
Acreditava em inverno
No ano novo que adentrava
Nem sabiá Que o inferno
Aos Pouco se aproximava

Viera Como Primeira chuva
E Preparado Já o Chão
A cova luva semente em
Arroz, milho e feijão
Mas Acabou-se Uma neblina
O vento O Céu nublado
Gota Sequer pequenina
Caiu NÃO tostado sertão

Primeiro Veio hum medo
Seguido da Esperança
Tudo mistero, Segredo
O Casa virava Criança
Achano era que castigo
Aquela nova estiagem
Invisive O Inimigo
Rezava Ao pé da Imagem

Nem reza, NEM Esperança
Resolvero o gran problema
A Perseverança matar ...
A Época seca o grande tema
Secou Cada hum dos Açude
A rachou logotipo terra
Mais velhos diziam: MUDE!
O sertão silenciou

Começou a Emigração
Pras bandas Lá do Sudeste
Amazona, Maranhão
Todos fugino da peste
Era Como hum Própria morte
Explodira nenhuma sertão
Melhor nsa Braços da sorte
Que Ficar naquele Chão

Era gente NAS estrada
Em Cima de Caminhão
Na vereda, na chapada
Na serra, lajeirão NÃO
Casa, muié, comeu cachorro
Então Criança de montão
Diziam: vou mas num morro
A míngua sem meu sertão

E o sertão pingos Tão calmo
Parecia formigueiro
Reza, Oração e salmo
Nada abrandava O Braseiro
A terra parecia Mais
Um forno em brasa TODIM
Atrás do Mormaço em Dia
Tremia: serra, mata, casa ...


A falta d'Água Sentia
Até a mãe Natureza
O rio que sorria pingos
Tristonho sem correnteza
Como planta Toda sem FOIA
Em pleno Mês de abril
Não, ninguem tinha escoia
Os fóruns Bicho do cio!

Mas se Faz hum comentaro
Que é pra ninguem Esquecer
Como ave, Como planta, meu caro
Nada ali ia Morrer
Via-se que NUM Orava
Que SEM botar Pé no Chão
Todos Enguias escapava !!!
Havia Estranha Lição ...

Fazenderos preocupado
Com hum tal Situação
Reunir padre, delegado
A Direita, a Oposição
Um tava Continuar Como
Só Éles sobrar iam
Era O Que se comentava
No sertão do Ceará

Era Preciso impedir
A fuga da sequidão
Dizia capitão Valmir
Primo de Sebastião
Muito ricos fazendeiros
Conhecido em TODO Estado
Mandava comeu milicos nsa
Ao faze-prefeito Deputado

O sertão se assanhou
De Mombaça Uma Quixadá
Tauá, o Sul se Abalou
Aracati, Tianguá ...
Pro povo num ir embora
Fizero Concentração
Esta escrito na histora
Do Livro Fazer sabidão

Lá em Senador Pompeu
No mei do sertão central,
Acredite, meu amigo
Mulher, menino, animal
Chegavam a dia cada
Descalços de Pé no Chão
Magros, barriga Vazia
Para tal Concentração

ASSIM Uma vila de barro
Os casarões dos Ingleses
A UO pé vindo de Caminhão
Recebiam fregueses SEUs
Da barragem o fantasma
NAS Perdido amplidão
Fome, sede, asma mortais
Naquela grande Prisão

De Pedra Branca hum Ipu
Solonópole hum Milhã
Acopiara, Iguatu,
Mãe, filho, pai, Irma
Gente de Todos os Lado
Chegar na Concentração
Ali Terios o agrado
Dalguma Alimentação

O trem ia Ao LOCAIS
Trazeno o feijão carroz
Comida pra animais
Diziam tempos DEPOIS
Era Uma aflição Maior
Era Uma agonia Maior
Ali na Concentração
Quem entrava num SAIA

Milhares de Seres vivos
Em Tão pequenino Espaço
Os sadios Mais Ativos
Pareciam Feitos de Aço
Vei o piolho o flagelo
Raparo Todas Cabeça
ASSIM SEM Algum Apelo
Diziam: Me obedeça!

Os Sacos Do mantimento
Logo viraram roupão
Num tinha divertimento
Só hum grande Multidão
Toda vestida de branco
Sem Cabelo Casa e muié
Tudim igual na vida
Como amiga ASSIM Que Uma Fé

Teve Uma misera em Canudo
Teve ano setenta e Sete
Onde Morreu quage Tudo
Velho, Bebe o pivete ...
E TEVE Uma seca Fazer quinze
Aí vei trinta e Dois
E POR Mais que Tudo acinze
Seca há de voltar DEPOIS

Entao O Que há de Errado
Culpado o ritmo num E
Se o bicho bruto acanhado
Escapa MESMO SEM fé ???
É de se Pensar NÃO Caso
Fazer Uma Reflexão
Isso Pra se dar num aso
A Fome, sequidão à

Comecou a mortandade
De fome Até repentina
Logotipo Veio Uma orfandade
Faca menino e da menina
Um aqui, acolá Outro
Logo, logotipo, Como dezenas
Morreno E UMA lamentar
Até Chegar Às centenas

Com tanta misera e fome
No sertão de Senador
Chamado curral da fome
Por Quem NÃO tinha pudor
Aos ricos causou vergonha
Fecharo Até cemitero
Diante falha Medonha
Enterraro sem critero

Na Própria Concentração
Faziam Enorme valado
Faminto o seco Chão
Devorava o flagelado
O Céu sem Nuvem, azul
Um nenhum alto do Morro vala
Se fartava o urubu
Se o cachorro empanturrava

O cemitero E retângulo
Ao pé da Serra Patu
Frente a usina triângulo
Jardim do mandacaru
Cercado dum Alvo muro
Todo fincado de cruz
Um invadir o futuro
Onde POSSA Existir luz!

Muro em forma de Quadrado
Grande Cruzeiro na frente
Na Verdade e hum valado
Onde se enterrou mil gente
O Resgate da Memora
Do povo de mau destino
DEVE ENTRAR Seu pra histora
Ao saudoso Padre Albino

Lendas de MUITAS locais
E de perigrinação
Destino de MUITAS Sendas
Catedral da Oração
Visitado Cabelo ateu
Lugar sagrado, O Irmão
Lá de Senador Pompeu
Joia Do belo sertão

Ali SOLUCO o Céu Azul
Morada da Nuvem branca
Palco do negro urubu
MUITAS historas surgem:
Visagens da Meia-noite
Gritos e Lamentação ...
Como cruzes Alvos de açoite
Dos Ventos da assombração!

Sempre TEM velas acesa
Gente pagano promessa
O altar bem simples mesa
Onde hum logotipo FE SE Acessa
Cego Lá voltou a ver
Mudo Aprendeu hum FALAR
Morto voltou a viver
Toda a graça se alcançar Uma

Pra Lá vai Uma procissão
PESSOAS do povo, Fieis
PES há milhares Chão do Ao
Turistas e Menestréis
Cantano salmos e Hinos
Da Época de trinta e Dois
Velhas, Homens e Meninos
Sob o forte sol algoz ...

Maria Perdeu Miguel
Toninho ficou sem pai
Raimundo sem Estael
Tanto lamentos e ai!
Tava hum Tragédia armada
A Doença de se espalhar
Toda gente abandonada
A se enterrar ... se enterrar ..

Ai de Quem fosse Fugir
Se NÃO morto seria preso
Foi ASSIM Que o Valdir
Dum tiro Restou Bem teso
Braços Nós do Seu de amor
A Morrer se lastimano
Os Gritos de dor delas
São visage ecoano

Além de todos lamentos
No local, se ve té luz
Gritos vindos Com Os ventos
Até Já viram Jesus
Muita gente alcançou graça
Sem cemitero Tão triste
Mortos sem nome e da Raça
NÃO Fazer tal Casa Que Existe

Manhã de segunda-feira
Sepultaro Uma Criança
Sofrera Uma semana Inteira
De Escapar sem Esperança
Teve o Fígado arrancado
Tal Demais Mortos dali
Lançada Ao Fundo valado
Com ar de Estranho sorrir

Casarões abandonados
São Estranhas Testemunha
Dos tristes Tempos Passados
Vividos hum ferro e unha
A barragem concluída
Lá Pelos idos de oitenta
Pouco Mudou a vida
Vira Nuvem quando esquenta

Casarões São majestosos
Há cinco casas Pequenas
Vultosos Galpões sem Telhas
Ruínas da Página Outros EM, Atenas!
Alvenaria nordestina
Mesclada com européia
Uma usina há gótica
Que atrai grande platéia

Ali num falta turista
A de se Encher de Emoção
Elogiam Ate O artista
Que enfeitou o sertão
Tudo desde trinta e Dois
Desafio à preservado sor!
Tem Dezenove Dois, Dois
Lutano pra Ser tombado

Seu Mauro sobrevivente
O triste Fato narrou
Seu Zacaria inteligente
Muito também Contou
ASSIM Tantos que escaparam
Narrano Um Olhar pro Chão
OS que enfrentaram horrores
Campo de Concentração

Como Águas Não São Usadas
Cobraram caro tributo
Tantas vidas flageladas
Solucar Aquele viver bruto
Antes morriam de sede
Diziam: Não Tem Água!
Que se vai LEM da Parede
Nenhuma Casa represa-se a mágoa

Só Restou MESMO Uma fé
E da seca a Caminhada
Pra Onde todos Vao hum pé
Multidão emocionada
Em memorar todos Mortos
Sempre vou Bem Me alembro
Trilhos São veredas tortas
Todo santo Mês novembro

Dor, fome, ai, Sofrimento
Flagelo, morte, Doença
Tortura, grito, tormento
Temor, angústia descrença
Enterro, lamento, choro
Saudade, Órfãos, viuvez
Sede, azar, mal, fei Agoro
Carniça, cadáver-vez ...

Um cabra dum Caminhão
Meia-noite passava por la
Solitário eA sensação
De que todo se arrepiava
Viu hum flagelado em luz
Chorano pra Seu espanto
Fazeno o Sinal da Cruz
Pois FIM a todo encanto

Há Quem Veja Luz Azul
A NÃO subir mei do Chão
Há Quem OICA sururu
Nas trevas da Escuridão
Escutam choro e gemido
Vozes nenhuma mei da mata
Horrives Filhos e Latidos
Chuva de ouro e de prata

Ousei invadir Camões
Falar de histora e de fé
A sertões narrar Sobre,
Patativa de Assaré,
Perdoem-me a ousadia
De trilhar Seu Universo
Funesta Epopeia Que Um Dia
Encantou-se em meu verso

Pra FALAR da seca louca
Ocorrida era noutra
Grito, lamento, voz rouca
Diante da besta-fera
De: Não se sabe se do Céu
Castigo POR Pouca fé
Se Faz o inferno de Escarcéu
Sé e bicho de pé Dois

Sabe-se Que Existe ELA
Que num TEM NEM Coração
E ai Daquele Que insiste
Em Fazer sonegação
A besta E mermo terrive
Bota mermo é pra matar
Ao pobre morte horrive
Ao rico Mais enricar

O terrive Fato histórico
Tá sem Imaginar do povo
Invadiu Mundo folclórico
Assunto do velho eo novo
Já foi tema de teatro
Fazer cantar, Televisão
De pintura, de cinema
De ciença e RELIGIÃO

Só que hum grande Imprensa
Só fala da mortandade
Parece Que ELA PENSA Só
Passar infelicidade
Houve sonhos destruídos ...
Amores Mortos, Cristão,
Interrompidos Amanhãs
Loucuras e perdição ...

Certamente Não Há culpa
Da Boa Mãe Natureza
O Verdadeiro nada Desculpa
Que Fazer Crê so na moleza
Se OS brutos Tão a viver
No reino da sequidão
O QUE PODE SE Dizer
Do Homem-Pai, Revolução?

Ou Muito Pouco Aprendeu
Aprendeu num SABE USAR
O prefeito eleito Seu
Pouco SABE administrar
Nessa Deus é inocente
A também Natureza
Hao de ENTRAR Nenhum dente afiado
Os que assim o dizem amém!

Na era do Computador
Na Geração do Foguete
Sem Dominio do aviador
Vamo deixar de falsete!
Era do Conhecimento
Auge da Tecnologia
De: Não se admite o tormento
Da fome, seca, Vazia ...

Escrito foi pra VOCÊS
Pra Lembrar TODO ocorrido
Pra ver se num TEM Mais vez
Pra Ser jamais repetido
É Preciso Mudar hum histora
E Construir Novo Dia
Pra ver se um Tempo de Memora
Só comente de alegria

Quisera haver paraíso
Que houvesse também Um Céu
Pra FALAR e de improviso
Esse Pequeno cordel
Pros Mortos La da barragem
Que la deveriam Estar
Vítimas da bandidagem
Das secas do Ceará

Versos do Cordel "A BESTA FERA DE 32" com fotos da Caminhada da Seca - Vídeo com Direção de Mara Paula:

Nenhum comentário: